Enrico Marini

De origem ítalo-suíça, Enrico Marini nasceu em 1969. Estudou ilustração na Basel Academy of Fine Arts e iniciou a carreira aos 18 anos, no Festival de la Bande Dessinée de Sierre. De lá pra cá, publicou inúmeros trabalhos no mercado franco-belga e também no mercado norte-americano, tanto em obras que atua como roteirista, desenhista, ou ambos.

Seus trabalhos mais famosos são as séries O EscorpiãoAs águias de RomaBatman: o príncipe encantado das trevas e Noir Burlesque. Foi premiado no Festival de Hyeres e no Festival de Angoulême.

Eduardo Risso

Nascido em 1959 em Leones, província de Córdoba, Argentina, começou sua carreira como ilustrador no Diario de La Nación, em 1981, e em publicações eróticas e humorísticas argentinas.

Ganhou enorme destaque, principalmente a partir de suas parcerias com Carlos Trillo e Brian Azzarello. Os trabalhos mais importantes de sua profícua carreira são: Cain (com Carlos Trillo), Parque Chas (com Ricardo Barreiro), Fulú (com Carlos Trillo), Borderline (com Carlos Trillo), Chicanos (com Carlos Trillo), Alien Resurrection (com James Vance), Jonny Double (com Brian Azzarello), 100 Balas (com Brian Azzarello), Spaceman (com Brian Azzarello), Logan (com  Brian K. Vaughan), Batman: Cidade Castigada (com Brian Azzarello), Noite das Trevas (com Paul Dini), Torpedo 1972 (com Enrique Sanchez Abulí) e Moonshine (com Brian Azzarello).

Vencedor de três Prêmios Eisner (2001, 2002 e 2004), três Prêmios Harvey (2002, 2003 e 2008), um Prêmio Yellow Kid (2002), além do Prêmio Inkpot (2017), por seu apoio aos quadrinhos mundiais.

Dono de um traço marcante, facilmente reconhecível, Risso é um dos grandes herdeiros da tradição argentina em historietas, firmando-se como um dos maiores expoentes dos quadrinhos mundiais na atualidade, tendo seus trabalhos sido publicados por algumas das maiores casas editoriais do planeta.

Desde 2010 atua como presidente do Comitê Organizador do Crack Bang Boom – Convención Internacional de Historietas, na cidade de Rosário, Argentina, onde organiza exposições, conferências e oficinas com artistas argentinos e convidados internacionais.

David Aja

Quadrinista espanhol de prolífica carreira na Marvel, tendo desenhado diversas histórias e capas, mas famoso por seu trabalho com o Punho de Ferro e com o Gavião Arqueiro, ambos com o roteirista Matt Fraction.

Formado em Fine Arts pela Universidade de Salamanca, David Aja começou a carreira lecionando e produzindo ilustrações editoriais para revistas, livros e capas de CD. Em 2006, iniciou a parceria com Matt Fraction nas histórias do Punho de Ferro, tendo sido premiado em 2012 com o prêmio Eisner de melhor desenhista por Gavião Arqueiro. Também foi eleito o melhor capista em 2013.

Em 2018 desenhou Sementes, para o roteiro de Ann Nocenti, um trabalho que a dupla planejava há tempos.

Carlos Trillo

Nascido em 1943 em Buenos Aires, Carlos Trillo publica pela primeira vez na revista Misterix, em 1963, em parceria com o ilustrador José Caramuta, trabalhando nos anos seguintes com textos humorísticos e redação publicitária.

Em 1973 funda a Editorial Finisterre, juntamente com Guilherme Saccomanno e Carlos Marcucci, onde escreve textos sob pseudônimos diversos, para parecer que se tratam de vários autores estrangeiros. Entre as obras dessa época está Círculo Mortal (sob o pseudônimo Lester Millard), que anos depois vem a ser a base para o roteiro do quadrinho Light & Bold, ilustrado por Jordi Bernet. Em 1974 publica na revista Mengano o primeiro capítulo de Un Tal Daneri – os demais capítulos são publicados na revista Linus – sua primeira parceria com Alberto Breccia e que vem a ser seu primeiro trabalho publicado na Europa.  Em 1975, no Clárin, publica a primeira tira de El Loco Chaves, iniciando uma longeva parceria com Horácio Altuna.

Em 1976 inicia a publicação de Ninguém, para a Tit-Bits, da Editorial Récord, ilustrada por Alberto Breccia e trazida pela primeira vez ao Brasil pela Editora Trem Fantasma. No ano seguinte, publica o primeiro capítulo de Alvar Mayor, com ilustrações de Enrique Breccia.  Em 1979 recebeu dois Prêmios por estes dois trabalhos com os Breccia: o Prêmio Yellow Kid de melhor roteirista no Festival de Lucca/Itália, e o Prêmio Gran Guinigi, também na Itália, de melhor artista internacional.

Entre 1979 e 1983 realiza uma vasta produção, tendo como principais parceiros Domingos MandrafinaAlberto Breccia e Horacio Altuna, consolidando-se como um dos mais importantes roteirista de sua época. Em 1984 publica Custer, seu primeiro trabalho em parceria com o catalão Jordi Bernet, mesmo ano em que recebe o Prêmio de Melhor Roteirista no Salón Internacional del Comic de Barcelona, por Las puertitas del Sr. López, obra com desenhos de Horacio Altuna.

Em 1989 dá início à publicação de Fulù, desenhada por Eduardo Risso, com quem divide uma extensa obra, com títulos como BolitaChicanosBordeline, entre outros. Nos anos 1990 e 2000 direciona sua carreira especialmente ao mercado editorial europeu (italiano e franco-belga), o que não o impede de, em 1998, participar ativamente da segunda fase da revista argentina, Fierro, trazendo para suas páginas obras inéditas e grandes êxitos já publicados na Europa. Neste mesmo ano é premiado no Festival de Angoulème/França pelo roteiro de A Grande Farsa, prêmio que se repete em 2009 com A Herança do Coronel, ilustrada por Lucas Varela, obra que também é galardoada em 2010 no Festival de Lucca/Itália.

Carlos Trillo, um dos mais importantes roteiristas que os quadrinhos já tiveram, falece em Londres em 07 de maio de 2011.

Ann Nocenti

Roteirista e editora de quadrinhos norte-americana, mas também jornalista, professora e filmmaker.

Ann Nocenti se tornou famosa por seu trabalho na Marvel nos anos 80, seja escrevendo um dos períodos mais adorados do Demolidor, seja editando as revistas de um dos períodos mais  férteis dos X-Men, durante parte do trabalho de Chris Claremont. Foi co-criadora de personagens longevos da editora, como Mary Tyfoid, Longshot, Mojo e Espiral.

Conhecida também por sua posição política em relação aos direitos dos animais, alcoolismo e ecologia, que sempre trabalha em suas histórias, e que buscou trabalhar também em outras mídias. Nos anos 90, focou em produções jornalísticas, sejam impressas, sejam audiovisuais, tendo seu trabalho publicado e exibido em diversas oportunidades. Também trabalhou como editora em mais de uma publicação.

Em 2018, escreveu Sementes para o selo Berger Books (de Karen Berger), para a Dark Horse.

Alberto Breccia

Um dos mestres indiscutíveis dos quadrinhos mundiais, suas contribuições para a arte são consideradas únicas e altamente inovadoras. Alberto Breccia nasceu em Montevideo, em 1919, mas cresceu nos subúrbios de Buenos Aires, onde passou a viver com a família desde os três anos de idade. Autodidata, publicou pela primeira vez aos 19 anos, em uma revista de bairro chamada Acento, enquanto ainda trabalhava em um matadouro da capital argentina. Entre 1947 e 1959 ilustrou a série Vito Nervio. Diz a lenda que tomou um “puxão de orelhas” de Hugo Pratt, o qual teria dito que Breccia poderia estar fazendo coisas grandes, mas continuava em Vito Nervio.

Em 1958 cria o personagem Sherlock Time, em parceria com H. G. Oesterheld, para quem também ilustra diversos capítulos da série Ernie PikeOs trabalhos com Oesterheld iniciam uma nova fase na carreira de BrecciaA dupla viria a executar importantes obras, como Mort Cinder (1962), A Vida do Che (1968), em que divide o traço com seu filho, Enrique Breccia, e O Eternauta (1969), em uma breve reformulação do clássico personagem argentino criado  em 1957 por Oesterheld e pelo desenhista Francisco Solano Lopez.

Durante os anos 1950 e 1960, se torna um dos “membros honorários” do Grupo de Veneza, formado por artistas italianos em atuação na Argentina, como Hugo PrattHoracio Lalia e Ido Pavone. Em março de 1966 fundou, juntamente com outros colegas como PereyraZoppi e Garaycochea, o Instituto de Diretores de Arte, deixando temporariamente a carreira de desenhista para se dedicar ao ensino, vindo a retornar  somente em 1968, justamente para a parceria com seu filho, Enrique, e Oesterheld em A Vida do Che.

Em 1973 realiza para a revista italiana Il Mago a adaptação de Os Mitos de Cthulhu, de H. P. Lovecraft, com roteiro de Norberto Buscaglia. Também em 1973 recebe o Prêmio Yellow Kid. A década de 1970 é marcada pela sua parceria com Carlos Trillo, em obras como Um Tal Daneri (1974), Quem tem Medo de Contos de Fadas? (1976), uma sátira aos contos dos Irmãos Grimm, e Ninguém – publicada quase simultaneamente nas revistas Tit-Bits (Argentina) e Skorpio (Itália) entre 1976 e 1978 – trabalho que marca a absoluta maturidade artística de Breccia, mesclando inovações gráficas a um elegante traço acadêmico.

Com roteiro de Juan Sasturain, publica Perramus em 1983, primeira história em quadrinhos a receber o Prêmio Anistia Internacional. Em 1991 adapta Informe sobre Cegos, de Ernesto Sábato. Em 1992 é convidado a participar de uma série de histórias em quadrinhos em homenagem ao Quinto Centenário da República Argentina, trabalhando na adaptação do texto de Lope de AguirreEl Dorado – o Delírio.

Na Europa, Alberto Breccia é reconhecido como um dos pilares da chamada “escola argentina do preto e branco“, ao lado de seu filho, Enrique Breccia, e de Hugo Pratt (curiosamente, somente Enrique Breccia é, de fato, argentino).

El Viejo, como carinhosamente era chamado entre os artistas argentinos, faleceu em 10 de novembro de 1993. Por toda a sua carreira, consolidou-se como um dos mais importantes quadrinistas da história, respeitado e aclamado mundialmente, enunciado como referência por renomados artistas como Dave McKeanBill Sienkiewicz e Frank Miller, que afirmou ser a história dos quadrinhos dividida entre antes e depois de Alberto Breccia.