Nascido em 1943 em Buenos Aires, Carlos Trillo publica pela primeira vez na revista Misterix, em 1963, em parceria com o ilustrador José Caramuta, trabalhando nos anos seguintes com textos humorísticos e redação publicitária.
Em 1973 funda a Editorial Finisterre, juntamente com Guilherme Saccomanno e Carlos Marcucci, onde escreve textos sob pseudônimos diversos, para parecer que se tratam de vários autores estrangeiros. Entre as obras dessa época está Círculo Mortal (sob o pseudônimo Lester Millard), que anos depois vem a ser a base para o roteiro do quadrinho Light & Bold, ilustrado por Jordi Bernet. Em 1974 publica na revista Mengano o primeiro capítulo de Un Tal Daneri – os demais capítulos são publicados na revista Linus – sua primeira parceria com Alberto Breccia e que vem a ser seu primeiro trabalho publicado na Europa. Em 1975, no Clárin, publica a primeira tira de El Loco Chaves, iniciando uma longeva parceria com Horácio Altuna.
Em 1976 inicia a publicação de Ninguém, para a Tit-Bits, da Editorial Récord, ilustrada por Alberto Breccia e trazida pela primeira vez ao Brasil pela Editora Trem Fantasma. No ano seguinte, publica o primeiro capítulo de Alvar Mayor, com ilustrações de Enrique Breccia. Em 1979 recebeu dois Prêmios por estes dois trabalhos com os Breccia: o Prêmio Yellow Kid de melhor roteirista no Festival de Lucca/Itália, e o Prêmio Gran Guinigi, também na Itália, de melhor artista internacional.
Entre 1979 e 1983 realiza uma vasta produção, tendo como principais parceiros Domingos Mandrafina, Alberto Breccia e Horacio Altuna, consolidando-se como um dos mais importantes roteirista de sua época. Em 1984 publica Custer, seu primeiro trabalho em parceria com o catalão Jordi Bernet, mesmo ano em que recebe o Prêmio de Melhor Roteirista no Salón Internacional del Comic de Barcelona, por Las puertitas del Sr. López, obra com desenhos de Horacio Altuna.
Em 1989 dá início à publicação de Fulù, desenhada por Eduardo Risso, com quem divide uma extensa obra, com títulos como Bolita, Chicanos, Bordeline, entre outros. Nos anos 1990 e 2000 direciona sua carreira especialmente ao mercado editorial europeu (italiano e franco-belga), o que não o impede de, em 1998, participar ativamente da segunda fase da revista argentina, Fierro, trazendo para suas páginas obras inéditas e grandes êxitos já publicados na Europa. Neste mesmo ano é premiado no Festival de Angoulème/França pelo roteiro de A Grande Farsa, prêmio que se repete em 2009 com A Herança do Coronel, ilustrada por Lucas Varela, obra que também é galardoada em 2010 no Festival de Lucca/Itália.
Carlos Trillo, um dos mais importantes roteiristas que os quadrinhos já tiveram, falece em Londres em 07 de maio de 2011.